1 de fevereiro de 2013

Crédito imobiliário voltará a acelerar em 2013, com alta de 15%

Crédito Imobiliário
As concessões de crédito imobiliário devem voltar a acelerar este ano, com crescimento de pelo menos 15 por cento em relação a 2012, quando uma readequação do setor levou a desempenho abaixo do esperado. Os recursos concedidos pelo Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) para financiamento imobiliário no país devem alcançar recorde de 95,2 bilhões de reais em 2013, alta de 15 por cento sobre os 82,8 bilhões liberados no ano passado, informou nesta quarta-feira a associação que representa o setor no país, Abecip.

"A carteira de crédito imobiliário foi eleita como prioridade pelos bancos brasileiros em 2013", disse o presidente da Abecip, Octavio de Lazari Júnior. "O crédito imobiliário vai ter crescimento muito importante este ano, de 15 por cento ou mais, com a retomada dos lançamentos e a demanda aquecida". A Abecip iniciou 2012 com projeção de que o financiamento para compra e construção de imóveis somaria 103,9 bilhões de reais no ano. Em julho, a estimativa foi reduzida para 95,9 bilhões e, em dezembro, Lazari afirmou à Reuters que os recursos deveriam atingir cerca de 85 bilhões de reais no fechado do ano.

O resultado abaixo do esperado foi influenciado principalmente pela menor demanda por financiamento por parte das construtoras, que reduziram o nível de lançamentos para vender estoques e adequar suas operações. Dos 82,8 bilhões concedidos, apenas 28,1 bilhões foram destinados a construção de empreendimentos.

O desempenho do ano passado representou uma alta de 3,6 por cento sobre os 79,9 bilhões concedidos em 2011. Os números não consideram recursos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). Em número de unidades, foram financiados 453 mil imóveis no último ano, 8 por cento menos que no anterior, refletindo a combinação de redução dos lançamentos pelas construtoras e preços em alta.

"Tivemos um freio de arrumação em 2012, necessário para ter crescimento sustentável a partir de 2013", afirmou Lazari, assinalando que o mercado imobiliário "passou a ter um novo tamanho". No ano passado, o valor médio dos financiamentos ficou em 183 mil reais, sendo que o percentual financiado --considerando o valor total do imóvel--foi de 63,8 por cento.

Já o nível de inadimplência, para contratos com três prestações em atraso, foi de 1,8 por cento, o menor patamar do sistema bancário, segundo a Abecip.

AUMENTO DE TETO E PREÇOS

Lazari disse que a Abecip vem discutindo com a Caixa Econômica Federal e com o governo a possibilidade de elevação do valor máximo de imóveis a serem financiados dentro do Sistema Financeiro de Habitação (SFH) para 750 mil reais, contra atuais 500 mil.

O aumento dos preços dos imóveis tem diminuído a quantidade de unidades disponíveis para compra utilizando saldo do FGTS, especialmente em cidades como São Paulo e Rio de Janeiro, o que levou a indústria imobiliária a pleitear a elevação do teto.

"Essa correção é necessária para favorecer outras camadas da população, em meio à migração de classes. Há muitos anos o teto é 500 mil reais, mas houve mudanças nos padrões de renda", afirmou Lazari. Segundo ele, esse reajuste não levaria a uma alta dos preços dos imóveis. "A tendência é de que o cenário de acomodação (de preços) se mantenha em 2013", disse, prevendo que os valores aumentem no máximo 15 por cento neste ano em praças como São Paulo e Rio de Janeiro, mesmo nível visto em 2012.